quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O polêmico "caso Zara"

Oi, gente! Nos últimos dias, nos vimos as voltas com toda a polêmica envolvendo a Zara com trabalhos escravos no Brasil. Como imagino que estejam rolando muitas dúvidas, resolvi fazer esse post. Primeiro, através de quadros (acho mais fácil e didático ahahah), vou falar o que aconteceu aí no finalzinho, dou toda minha opinião sobre o assunto, ok?

Bora:

Primeira dúvida que surge é o próprio trabalho escravo... Nossa primeira idéia são correntes, senzala e açoitamentos, né? Então quis conceituar o que é escravidão:


Segundo: era a Zara que fazia isso? COMASSIM? Bom, não era DIRETAMENTE a Zara...


Ahhh! Entendi! Mas por que isso acontece?


Tudo bem... mas o que deu, no final? E como a Zara se portou frente a isso?


O caso, claro, ainda não chegou ao fim, pois as empresas ainda responderão ao processo e tudo mais. Por enquanto, foi pago o valor que JÁ ERA devido aos trabalhadores (férias, horas extras, remuneração adequada...), fora isso ainda vão ser afixadas as penas legais e indenizações. O maior bafafá é em torno do "comprar ou não comprar"... Não tenho uma posição definida sobre isso ainda mas penso assim: o "boicote" funciona? Não sei, de verdade! Até onde "boicotar" a empresa afeta sua existência é bem difícil de dizer... A Nike é acusada há anos e anos de usar trabalho escravo, trabalho infantil, financiar a pobreza e, mesmo assim, é uma das maiores empresas do ramo no mundo. Não tô dizendo: "ISSO AÊ, PESSOAL, VAMOS APOIAR O TRABALHO ESCRAVO...". NÃO TÔ! Muito pelo contrário, sou muito contra e, pessoalmente, penso, sim, em parar de comprar Zara. Radical? Talvez. Mas se acontece isso no Brasil que é um país razoavelmente desenvolvido e rico, imagina lá no Cambodia, Paquistão e outras países bem menos "privilegiados". Mas é uma questão pessoal e de consciência MINHA. O que não é um problema só dessa ou daquela marca; o trabalho exaustivo a preços módicos é uma prática que se perpetua há séculos no mundo! Pra algumas (poucas, eu acredito) grandes empresas, condições degradantes + salários baixíssimos + produção em escala = mega lucro. E quem mais sofre com isso, é claro, são os países menos desenvolvidos e as pessoas mais necessitadas.


Afora isso, só posso esperar que a justiça seja alcançada e esses trabalhadores ressarcidos e tratados de forma digna. Mas que fique claro: não só os trabalhadores DESSA confecção mas de outras que usam da mesma mão-de-obra escravizada e de outros taaaantos trabalhos que degradam o ser humano. Por isso, antes de pensar em Zara ou o que usar se não comprar mais Zara, vamos pensar no problema como um todo e abrir nossos olhos pra essa realidade horrível e triste que assola não só os operários daquela empresa mas de muitos outros. Sendo assim, termino esse post (mega jurídico e filosófico) fazendo meu apelo pra que todo dia, a gente lembre que tem pessoas se sujeitando a coisas totalmente inescrupulosas pra ter o minímo do minímo pra sobreviver então antes de pensar em uma marca, vamos pensar NAS marcas - físicas e emocionais - que esse tipo de problema traz. 

Aqui, o link pra quem quiser ver o programa todo: A Liga - Trabalho escravo.

Quero saber a opinião de vocês, hein? É um tema muuuuito legal de conversarmos e debatermos então, por favorziiiinho, comentem, tá?

Beijos,






PS: Claro que não são todas as confecções que agem ou compactuam com isso; aliás, a grande maioria delas não é assim! Toda generalização é falha e, podem ter certeza, jamais sairá nenhuma da minha parte. Sei que a maior parte da indústria trabalha em condições regulamentadas e boas pros seus funcionários. Aqui, só quis falar de POUCAS que se prestam a essa prática deplorável. 

6 comentários:

  1. o problema não é a empresa q vende os produtos com origem de trabalho escravo e sim da da falta de fiscalização por parte do estado.

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  2. Concordo que a falta de fiscalização é um problema! É, sim, e gravíssimo! O Estado jamais pode fazer "vista grossa" a situações assim mas um erro não exclui o outro! O Estado peca em sua falta de atenção, fiscalização e cobrança mas as empresas que praticam seus negócios dessa forma também erram. Mas, realmente, o Estado brasileiro é, na maior parte das vezes, omisso e até "bonzinho" com casos assim! As fiscalizações e as penas deveriam ser mais duras e as ações no sentido de erradicar o trabalho escravo mais frequentes e enérgicas!

    Acho uma pena que o Estado tantas vezes feche o olho pra essa problemática, né?

    Beijos,

    Ana

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  3. Oi Ana, td bem? Com relação ao caso ZARA, tenho convicção de que a empresa tem responsabilidade sim e muita. Eu sou do ramo de confecção e posso dizer com segurança que o grupo responsável pela marca no BRASIL, tem a obrigação de fiscalizar os seus fornecedores. A empresa multinacional que tenha fornecedores dentro do país é obrigada a fazer vistorias nas empresas, pois seguem um código de conduta rigorosíssimo. A minha empresa é fiscalizada a cada 3 (três) meses, pelos supervisores das multis com as quais trabalhamos e o trabalho só tem continuidade após a conferência de documentos fiscais (RH e impostos) e intalações sanitárias, refeitório, etc, estarem dentro das normas estabelecidas pelo CÓDIGO DE POSTURAS DO FORNECEDOR. Se uma empresa respassa o pedido para outra é pior ainda, responsabilidade duplicada, pois é ilegal vc transferir o pedido em seu nome para terceiros. A ZARA se negou a arcar com os valores estabelecidos pelo MTE, jogando a responsa sobre a AHA, empresa detentora dos pedidos, que tb quer dar uma burlada e pular fora. Vamos ver quem é que vai levar a pior nessa história.
    Bjs
    Cris Medeiros

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  4. Concordo com vc Ana.. infelizmente a Zara é apenas uma das várias que fazem isso, qndo estudava fora vi vários documentários sobre isso, de outras marcas.. Espero que isso sirva de alerta para que isso acabe!!
    Beeeeejo
    Bia

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  5. Cris, concordo com você! Acredito, sim, que a Zara (e o grupo Inditex) tenham responsabilidade nisso tudo, afinal cabe a eles a fiscalização de seus contratados, né? E, como você explicou pra gente, se a cada 3 meses, a empresa é fiscalizada, impossível o grupo não ter conhecimento do fato, afinal o problema não era novo e já vinha ocorrendo há algum tempo! Espero que as duas empresas (tanto a Inditex quanto a AHA) sejam responsabilizadas!

    Muito legal você ter explicado melhor essa coisa toda da fiscalização, Cris... sempre tive um pouco de dúvida sobre isso e sobre a terceirização de terceirizados hahaha brigadão, viu? Me desanuviou ainda mais as idéias...

    Bia, também espero que essa história sirva de exemplo! Tanto pro Ministério do Trabalho quanto para outras empresas. Nada pior que, em pleno século XXI e com todos os programas humanitários adotados pelas empresas, ainda sejam gerados lucros imensos as custas do sofrimento e da necessidade de outras pessoas!

    Beijos, meninas...

    Ana

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